26 de jan. de 2010

MS Fecha Plano de Reestruturação no Haiti

O Ministério da Saúde apresentou, nesta quinta-feira (21), o plano de auxílio de reestruturação do sistema de saúde do Haiti. Serão construídas no país dez UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) e 50 ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), para dar assistência na urgência e emergência.

O projeto também prevê a organização da atenção básica, capaz de atender cerca de 80% dos agravos de saúde. Para isso, consultores montarão um modelo de Saúde da Família local. Finalmente, a ação deve reforçar o apoio à Pastoral da Criança, no Haiti. Entre investimento e custeio serão aplicados R$ 135 milhões. O valor será autorizado em medida pro visória nesta sexta-feira (21).

A medida faz parte da estratégia brasileira no auxílio ao país. No setor saúde, o primeiro momento é o de resgate de pessoas. A oferta de serviços de saúde temporários vem em seguida, com os hospitais de campanha e atividades de prevenção e controle de doenças transmissíveis, uma etapa de médio prazo. Quando os hospitais de campanha forem desativados, as UPAs entrarão como parte da reestruturação do sistema de saúde do país, um trabalho de médio a longo prazo.

“Esse plano faz parte do esforço brasileiro na reconstrução do Haiti. Após o primeiro abalo, há necessidade de criar estruturas que garantam a atenção continuada da população. A ação de auxílio na área de saúde tem esse foco”, afirma o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
A ação prevê ainda o suporte de equipes de profissionais de saúde para assistência imediata à população, serviços de saúde temporários e atividades de prevenção e controle de doenças transmissíveis, uma média de 30 profissionais por mês.

A UPA será enviada em partes pré-fabricadas no Brasil. Os módulos serão encaminhados por navios e montados no Haiti por brasileiros. O custo das dez unidades será de R$ 50 milhões. Outros R$ 60 milhões serão utilizados para custear os profissionais saúde que atenderão nessas unidades. As UPAs são do tipo 3, com capacidade para atender cada uma até 450 pessoas por dia, com até 20 leitos.

Cada unidade terá consultórios de pediatria, clínica médica, odontológica e de ortopedia, além de laboratório clínico e salas de raios-x, gesso, sutura, medicação e nebulização. As UPAs, no Brasil, resolvem nas próprias estruturas mais de 99% dos casos procurados pela população. O restante é encaminhado para hospitais.

Para o resgate de urgência, serão doadas ao Haiti 50 ambulâncias do SAMU (Serviços de Atendimento Móvel de Urgência). Elas serão equipadas com a aparelhagem de UTI móvel (Unidade de Tratamento Intensivo). O serviço será uma ferramenta de integração entre o atendimento ao cidadão, UPAs e hospitais. O custo total é de R$ 10 milhões.

O plano também prevê o atendimento dos agravos mais comuns, além da promoção de saúde e medidas de prevenção de doenças. Para isso, consultores devem estruturar um programa de Saúde da Família local. A partir da atenção básica, cerca de 80% dos problemas de saúde podem ser solucionados, desafogando o atendimento de urgência e emergência.

Cada equipe de Saúde da Família é composta por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e entre cinco e seis agentes comunitários. O grupo tem por missão fazer o acompanhamento básico da população, o que envolve o atendimento, a recuperação, a reabilitação e a manutenção da saúde da comunidade.

Finalmente, o Ministério da Saúde prevê o aumento de R$ 3,5 milhões no repasse para a Pastoral da Criança, fundada por Zilda Arns Neumann na década de 80, com o objetivo de que a entidade possa continuar o seu trabalho no Haiti.

O Ministério da Saúde já enviou 2 toneladas de medicamentos e insumos estratégicos para a assistência farmacêutica ao Haiti. O material é suficiente para atender 10 mil pessoas por um período de três meses. Outras 2 toneladas serão encaminhados na próxima semana. Na remessa, estão incluídos antiinflamatórios, antibióticos, anti-hipertensivos, diuréticos, analgésicos, para o combate a dermatoses e sais de reidratação oral, além de seringas, luvas, esparadrapos e hipoclorido de sódio, para o tratamento de água potável, entre outros componentes.

O envio de profissionais de saúde civis também está sendo estudado. O embarque da ajuda brasileira obedece à estratégia de prioridades do Ministério da Defesa, de acordo com as deliberações do GSI/PR. Ao todo mais de 3.500 profissionais se inscreveram no cadastro de voluntários disponível no Portal da Saúde (http://www.saude.gov.br/ ).


Fonte: Agência Saúde

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